Gravidade, a força que nos faz seguir em frente

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São os passos que fazem os caminhos.

Uso essa simples frase do Mario Quintana, escritor e companhia nas tentativas de desvendar o mundo, para exprimir o que tem passado pela minha cabeça depois de assistir o filme Gravidade. Concordo que a frase seja meio simples, o filme de uma maneira geral também é, e sim também concordo que a frase representa muito mais do que a junção de palavras quaisquer, o filme também.

Dirigido por Alfonso Cuarón, diretor do também bom filme Filhos da Esperança (2006), Gravidade é espetacular quando pensamos em uma obra audiovisual. Espetacular não porque seja perfeito, mas porque é evidente o cuidado em todos os aspectos, seja na fotografia, efeitos visuais, efeitos sonoros, roteiro, narrativa, tudo trabalhando junto para proporcionar a todos os expectadores uma sensação de imersão completa dentro daquela história.

A direção de fotografia ficou sob a responsabilidade de Emmanuel Lubezki, parte integrante das fantásticas imagens que podem ser vistas no filme A Árvore da Vida (2011). Em Gravidade toda a parte visual, fotografia e podemos estender  para os efeitos visuais e para o 3D, são de tirar o fôlego, o que posso dizer é assistindo ao filme no cinema eu acabei deixando a poltrona em que estava sentado, sai flutuando pela sala, e continuei subindo até ver a cidade toda de cima, a cidade se tornou pequena e sumiu aos meus olhos, quando dei por mim realmente estava no espaço.

Muito sobre a visão do diretor e a maneira como ele trabalha com a câmera já pode ser visto nesta cena de Filhos da Esperança, onde em um take único a câmera age de maneira orgânica circulando por todos os personagens e acontecimentos até por fim sair pelo vidro e ver o carro se distanciar. Quem não assistiu a Filhos da Esperança eu indico não assistir ao vídeo e assistir sim ao filme.


Em Gravidade vemos que o diretor evoluiu, fazendo a câmera se tornar praticamente um personagem, que também sofre a ação de tudo que se passa em cena, inclusive a falta de gravidade, movendo-se com tanta leveza e liberdade que realmente parece um ser vivo. Somado a isso temos os efeitos visuais que usados de maneira inteligente e eficiente se tornam não um mundo criado digitalmente, mas um acréscimo preciso ao que foi filmado.

Na sala de cinema se torna inimaginável pensar como filme foi feito, na realidade a única opção que parece plausível é de que realmente foi filmado no espaço.

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Mas afinal sobre o que é o filme Gravidade?

Voltando a frase do começo do post “São os passos que fazem os caminhos”, Gravidade é um filme que trata de emoções, de sentimento, de superação e renascimento. Elementos presentes na vida de qualquer um, momento onde é preciso encontrar força para superar, força essa que não está nas palavras, que podem ser levadas pelo vento, mas nos passos que decidimos dar para construir nosso caminho.


Renan Tobbias

Um apaixonado por contar histórias através da fotografia.
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