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O olhar, 6ª semana de fotografia de São Caetano do Sul

O olhar do fotografo Dirceu Cavalheiro durante a palestra de Alexandre Urch na 6ª Semana de Fotografia de São Caetano do Sul
O olhar do fotografo Dirceu Cavalheiro durante a palestra de Alexandre Urch na 6ª Semana de Fotografia de São Caetano do Sul

Sempre que tenho a oportunidade de ver algum fotografo que admiro falando sobre o sua produção artística fico mais certo sobre uma coisa: para produzir um trabalho realmente interessante é preciso ter muito amor pelo que se faz, e isso, com certeza, não se aplica somente a fotografia.

Nas duas últimas semanas tive uma dessas oportunidades durante a 6ª Semana de Fotografia de São Caetano do Sul, entre as várias palestras realizadas durante o evento três em especial me chamaram a atenção. Eder Chiodetto, Araquém Alcântara e Alexandre Urch, profissionais que admiro muito, trataram cada um dentro de sua especialidade dessa necessidade de amor, dedicação, sensibilidade e quase obsessão para realizar um trabalho fotográfico que se destaque.

O simples fato poder vê-los s falando sobre suas experiências, erros e acertos, escolhas, frustrações, pensamentos e conceitos que acabam usando quando estão fotografando ou pensando em fotografia faz qualquer um que ame ter a câmera nas mãos recarregar a alma de inspiração e querer sair por ai fotografando tudo, buscando uma cena, uma luz, uma ideia para colocar em prática tudo de novo que agora está na mente.

Um pouco sobre esses três profissionais e a impressão que tive deles.

Eder Chiodetto é um pensador da fotografia, hoje trabalha com curadoria ajudando grandes fotógrafos no desenvolvimento dos seus projetos. Com a atenção voltada para a edição de um trabalho fotográfico ele tem disponível para download em seu site um livro que trata exatamente sobre curadoria em fotografia, fica o link e a dica para quem se interessar.
www.ederchiodetto.com.br/download-do-livro/

Araquém Alcântara, o maior fotografo de natureza do Brasil, é também o que tem as histórias mais legais e assustadoras que já pude ouvir. O melhor de poder conhecer o Araquém é entender que não é por mágica, sorte ou divina inspiração que ele consegue suas fotos, e sim muito, muito, trabalho.

Araquém Alcântara
Araquém Alcântara

Alexandre Urch é um fotografo de rua cuja criatividade e produção está diretamente ligada ao ato de flanar, link para post sobre flanar aqui do blog. Sua fotografia surge de uma abertura para vida e para o mundo, uma busca constante por um registro do que vê e sente.

Alexandre Urch
Alexandre Urch

O que fica claro para mim depois de conhecer um pouco mais da visão que o Eder, o Araquém e o Alexandre têm da fotografia é que o olhar fotográfico faz um trabalho se destacar, não o olhar em si, e sim o seu olhar. A maneira como você vê e se relaciona com o mundo ao seu redor, o que você sente, pensa e acredita.

Falar sobre o olhar e sobre desenvolver ele é muito mais fácil do que realmente desenvolvê-lo. Assim como a fotografia o olhar é um ato de aprendizado continuo que depende de estudo, repertório, erros (que podem se tornar acertos), confiança, abertura para novas ideias (por mais malucas que sejam), dedicação, e porque não dizer a disponibilidade para participar de eventos como a 6ª Semana de Fotografia e alimentar a cabeça e o coração com novas ideias.

Eu falo com tanto carinho da Semana de Fotografia de São Caetano do Sul porque ela surgiu no exato momento em que decidi começar a levar a fotografia a sério, e é responsável por parte do conhecimento, curiosidade e ideias malucas que desenvolvi nos últimos anos e quero continuar a desenvolver por muito tempo. É um evento aberto ao público e organizado por pessoas que acima de tudo amam e tem a fotografia como meio de se expressar.

A sensação que fica depois de rever todas as notas que fiz durante essas duas semanas de palestras é que nada do que foi dito traz a certeza sobre o sucesso no mundo da fotografia, até porque nada é certo nessa vida, mas com certeza a dedicação de corpo e alma irá produzir um trabalho verdadeiramente seu.

Fontes: Eder ChiodettoAraquém Alcântara, Alexandre Urch, Dirceu Cavalheiro e ABC Click

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Consistência fotográfica

Participei na última semana de várias discussões sobre fotografia, a primeira delas com Cristiano Mascaro tema do último post e as outras na 5ª Semana de Fotografia de São Caetano do Sul. O que mais me chamou a atenção é que inconscientemente todas essas discussões trataram, cada uma sua maneira, do mesmo tema, consistência. 

Consistência.
con.sis.tên.cia
sf (lat consistentia) 1 Estado ou qualidade de consistente. 2 Densidade ou coesão entre as partículas da massa de um corpo. 3 Dureza, espessura, fortaleza, solidez. 4 Estado de uma coisa que promete durar ou não ter mudança. 5 Perseverança.

Consistência em relação à fotografia, sua fotografia e a sua produção artística.
Atentemos para o fato de que ser consistente não significa fazer as melhores fotos do mundo sempre, e sim trabalhar o que você tem de melhor dentro do seu estilo, dentro de si. É desenvolver um trabalho genuíno por meio de suas próprias experiências e percepções.

Temos nossas particularidades, pontos fracos e fortes, individualidades que desenham o caminho para o desenvolvimento profissional, ideia já apresentada, utilizada e difundida, por exemplo, pelo professor Johannes Itten em seu ensino na famosa escola de design Bauhaus em 1919.

Consistência.
Seja nas fotografias de paisagens de Ansel Adams, nas mostras do mundo de Steve McCurry e Sebastião Salgado, nos retratos de Annie Leibovitz e Richard Avedon, no fotojornalismo de Robert Doisneau e Robert Capa, uma palavra, um termo, um conceito que eu nunca havia imaginado ter uma ligação tão importante com a fotografia se mostra presente no trabalho desses e de tantos outros.

Foto Steve McCurry
Fotografias Steve McCurry

Consistência que venho há muito buscado, um trabalho que seja realmente verdadeiro e reflita ideias e conceitos que por vezes ainda nem consigo entender. E que todas as pessoas que  tenham uma produção artística de qualquer tipo e estilo tenham a perseverança, coragem e audácia de produzir um trabalho realmente consistente.

Fontes: Livro “A cor no processo criativo. Um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe” de Lilian Ried Miller Barros.

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